Wednesday, December 26, 2007

O natal

Provavelmente é porque meu ano não foi, nem de longe, dos melhores. Alias, foi um dos "mais piores" possíveis, pelo menos pra mim. Mas não estou tão animado com o natal como estive nos outros anos. Nem presentes, nem os parentes, nem nada está ao alcance do meu humor para poder levantá-lo. Nem a ceia, nem os franguinhos bonitos e bem dourados, nem meus pais me animando, nem nada, literalmente. Bem triste, eu diria. Decepcionante, broxante, vocês também poderiam dizer. A verdade é uma filha-da-puta mesmo. Tudo conta nessa hora.

Sou uma pessoa da cidade. As buzinas não me enchem, o trânsito não me irrita, a barulheira não me afeta. Ok, mentira. Buzina enche todo mundo, e o trânsito só não me afeta porque eu ainda não dirijo, mas entenderam meu ponto, certo? Ok então, vou reformular meus argumentos. Eu gosto dos prédios, gosto do pouco calor que faz. gosto do metrô, não me importo de pegar ônibus lotado, a poluição [de qualquer tipo: visual, sonora êtêcê...], e assim por diante. Porém: estou na praia. Não me importo com esse fato, mas ainda assim, sou uma pessoa da cidade. Tem pessoas de campo, de praia, de montanha, de pedra, papel e tesoura, e de vários outros tipos. Mas eu sou da cidade, e estar na praia não ajuda muuuito para que meu natal se torne melhor. É legal praia, eu arriscaria dizer. Se eu não fosse da cidade, acho que seria da praia mesmo. Ou de outro país, mas por enquanto vai praia. É confortável, relaxante, tem um ar mais leve e essas coisas que se encontram em praia, tipo... Areia. Irrelevante, eu passo há tantos anos o combo-final-de-ano [natal e reveillon/virada] na praia que já estou imune ao ambiente.

Não sou de passar o natal com a família inteira, também. Família, nessa época do ano, é uma desgraça. Vocês passam o ano inteiro sem se ligar, se encontrar, sem qualquer tipo de contato. Salvo aqueles tios e tias e primos e primas mais chegados, mas ainda assim. Aquele tio que você não vê desde o natal passado [ou retrasado, no meu caso] insistem em fazer uma festinha pra reunir a família inteira. E, mesmo assim, esse ano não foi um ano desses! Ano passado me recusei em ir a essas festinhas, e formamos outra com a outra parte da família, mas esse ano passo o natal isolado de qualquer parente [tirando pai, mãe e irmão, por favor pessoas]. Não que eu sinta falta disso, mas a partir do ano passado, quando toda parte de tios, tias, primos, primas AND priminhas de segundo grau passaram o natal junto conosco aqui... Foi um ano excepcional, eu diria. E, logo depois de um ano excepcional, com muitas pessoas em volta, passarei um ano realmente nada animado, e somente com as "pessoas de casa". Nem mesmo com minha tia e meu tio que SEMPRE, desde que eu me conheço por gente, passam o natal conosco, passarão. Aí é foda...

Talvez eu esteja botando muita fé no ano que vem, que eu gostaria de terminar meu 2007, pelo menos, de um jeitinho mais... Meu. Com meus amigos, numa mesa, com muita conversa fiada e risadas. Aquelas coisas de happy-hour de empresa, quando vai todo mundo pro bar e fica bebendo, contando da vida e muita alegria. Sempre me imaginei fazendo isso com amigos, apesar de nunca fazer, nem ter feito. Ou nem isso! Poderia até ser eu, meus amigos, em casa, virando o natal jogando um Guitar Hero, com Coca-Cola e Habib's, ou qualquer comida delivery que resolveríamos ali na hora... China-In-Box, Pizza, Mc Donald's no caso do meu irmão... Porque, além de eu passar longe de todos, sem internet nem celular (meu celular faz questão de não pegar na praia), depois de um ano todo fodido, eu vou passar fazendo aquela coisa mais-típica-impossível de ceia com família e essas coisas.

Mas, apesar de tudo, eu gosto do natal. A alegria alheia, de algum jeito, acaba, realmente, me contaminando, e é inevitável a resposta com um sorriso temporário, porém sincero, para as outras pessoas que me desejam um bom natal e um ótimo ano novo. Um feliz natal, de coração mesmo, a todos. Fica aqui meu singelo desejo.