Wednesday, April 18, 2007

Discussões

Em talvez felizes, talvez dolorosos, talvez sofridos, talvez um pouco de tudo misturado, 16 anos de vida, nunca presenciei uma discussão que não acabasse mal. Pelos mais variados motivos, partindo de inúteis discussões a grandes reuniões em família na sala, tudo sempre acabou mal. Um indo para o quarto gritando, um continuava sentado tentando acalmar, outro ia tomar banho no meio da conversa. fazia cara de mãnha... Sempre assim, do mesmo jeito.

Relato aqui a recém discussão que tive com minha mãe, e uma pequena participação do meu irmão na conversa, o que na maioria das vezes, não resulta em algo muito bom. É sábio de todos os amigos mais próximos é que eu quero alargar minha lindas e intocáveis orelhas. É um gosto que eu peguei pela coisa, num fui influenciado por ninguém, e também ninguém enfiou na minha cabeça isso de "alargador". e falou "Ou faz, ou morre!". É apenas uma coisa que fui gostando com o tempo, simples.

Diante de alguns fatos, isso me é impossibilitado. Sendo alguns desses o fato de minha mãe ODIAR tudo que envolva furos, agulhas e brincos, com isso, englobando tatuagens, alargadores e piercings. Outro fato, defeituoso por assim dizer, é de minha pessoa ser extremamente volúvel, influenciável. É um defeito meu, assim como todos têm seus respectivos, esse é o meu. E não que eu goste disso, tenho que dizer. É desagradável ser influenciado facilmente. Já fiz de tudo um pouco, quando dava na minha cabeça. De Tennis (esporte), a carros mexidos, muitas coisas já passaram, mas não que eu tenha parado totalmente de gostar delas. Só... Passaram.

É a segunda discussão sobre o mesmo assunto, e isso já tá enchendo. As vezes acabo conhecendo um lado "marrento" de minha mãe, que no meio da discussão, quando ela começa a perder o rumo e vendo que está meio por baixo no assunto, manda um simples "foda-se" e se exclui da discussão, sendo ela um dos pontos principais, cruciais, já que é por causa dela que o alargador não vira um sonho concretizado. Encarar a verdade em uma discussão é fundamental. Não é largando ela no meio que vai ser tudo resolvido. E ainda mais, só pode piorar a situação.

Todo esse negócio do alargador, por deixar ela com muita raiva, pra não usar outras palavras, ela acha que largando tudo e me impedindo de fazer vai resolver alguma coisa. Todos sabem, inclusive ela, que nada me impede de chegar em uma loja e falar: "Porra, tô com dinheiro, pode alargar as duas em 0.6", e sair feliz de lá. Mas por eu ter uma ligação muito forte com ela, de respeito e tudo o que uma mãe merece, é óbvio que eu preciso da aceitação dela, sem contar sua autorização, por ser menor de idade, o que é ainda mais importante.

Eu só esperava que, por ela ser mais velha, e consequentemente, mais experiente com tudo isso, ela pudesse olhar com uma visão menos preconceituosa para essas coisas, que por uma graça do destino, eu gosto tanto. É triste ver sua própria mãe descordando de tudo, e virando a cara para um possível inevitável, em um futuro. Só não vou citar a participação do meu irmão na conversa porque tornaria o texto extremamente longo, e cheio de detalhes, que são importantes nessa conversa.

No final, tudo o que ouvi foi um: "Então espera 18 anos e enfia essa porra na orelha". Ainda me forço a ouvir um "e vai se fuder" no final. Pelo menos com 18 anos foi, não com 28, ou 38, 48... Ainda tenho dois longos anos esperando por esse sonho.

Mas mesmo com essa parcial aceitação, não me satisfiz, e minha alegria ainda não chegou como chegaria se ela aceitasse e entendesse que, por mais que tenha um filho influenciável, é reversível, e que com o tempo eu vou mudar. Isso nem eu posso contestar.

Obs: Longe de mim e de meu blog fazer textinhos no estilo "diário de um garotinho juvenil autista", mas as vezes me vejo necessário para meu próprio bom andamento.