Ahhhh... Dias dos namorados

Parece que, para os outros, tudo flui com tanta facilidade, alegria. "Oi amorzinho!" - beijinho - "Oi meu amor!" - outro beijinho - e segue nessa troca de carícias, incessante, até o final do dia. A troca de presentes, as surpresas, os beijinhos e abraços com aquele ar de "Tô querendo alguma coisa a mais, não percebeu?". Sempre a mesma coisa. Ainda tenho a infeliz curiosidade de ir no shopping (coisa que, só de ler aqui, vocês poucos que visitam já perceberam que odeio este ambiente "hostil") em um dia desses. Se já tenho nojo em dias normais, datas comemorativas de casais recém-formados, então.
Uma data inventada sem motivo nenhum, se perceberem. Em um namoro já existem três datas bem importantes: o aniversário DELE, o DELA, e o do casal. Tirando da conta as que os próprios inventam, como data do primeiro beijo, data do primeiro encontro, quando começaram a ficar, data do primeiro... Detalhes não contam. É como páscoa, Natal, dia das crianças, dos pais, das mães, dos avós, da tartaruga... É um puro sistema capitalista que come dinheiro dos coitados. Mas aí pareço ser um revolucionário ou coisa assim...
Mas não deixa de ser verdade, convenhamos. Como em todas essas datas citadas, os shoppings lotam dias antes, as TVs fazem entrevistas, super-descontos nas lojas, edições especiais de alguma coisa, caixas de chocolate em formato de coração. Tudo é voltado para alguma coisa, e ultimamente é nesse dia. E os namorados até saem pra comprar presentes juntos. Esses casais de hoje em dia... Cada coisa estranha.
Porém, confesso: gostaria de passar esse dia com alguém. Acho que esse texto só resume toda minha raiva por nunca ter passado um dia desses acompanhado. E um pouco de inveja de ver todas as outras pessoas em minha volta, todos felizes e saltitantes, trocando presentes e todas essas coisas que nunca fui muito chegado, mas foi apenas pela falta de oportunidade.
Para os que ficam, bom dia dos namorados. Para os que não, só nos resta achar um lado bom.
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