Thursday, February 21, 2008

Queda

E eu sei que vou cair. Não tenho certeza, mas se tudo continuar caminhando para o lado que está, a probabilidade é grande. E é aí que me sinto derrotado. Pensar que desistirei de um ideal não é tão agradável. Rendo-me aos clichês por falta de amigos de combate. Caio na mesmisse da pós-adolescência atual, como todos tendem a isso. Sim, lutarei até o final, e ainda é capaz de não sair derrotado, mas as estatísticas não mentem. Minha mente não me falha ao falar "eu te conheço, Vitor, não se engane", e sabe que uma hora ou outra, em algum baixo, ou até mesmo um alto, de humor, a possibilidade sairá das mentes dos que me conhecem. E a decepção comigo mesmo reinará por absoluto, durante um tempo.

Não culparei ninguém, caso aconteça. No dia que eu vier a cair, se esse dia vier, de fato, tomarei total responsabilidade por ele. Não quero que isso afete mais ninguém do que já me afetou, e também não me mutilarei através de palavras, através de uma baixa-auto-estima cultivada há anos, através até do meu subconsciente. E essa última será difícil de cumprir, vendo que estarei diante de um grande dilema psicológico entre o certo e o errado, entre o orgulho e o fracasso. Entre a única coisa que eu posso realmente me orgulhar, e jogá-la pelo ralo como se não fosse absolutamente nada. E se não tão extremo assim com esse nada, digo que foi apenas uma fase, que não desejo que passe... Mas a carne é fraca.

Foda é pensar isso. Foda é pensar que deixará um ideal de lado por um bem maior, e, quando na verdade, de "bem" isso não tem nada. Pensar que uma coisa que potencialmente deveria servir de exemplo (não querendo "me achar", obviamente), foi substituída por seu total extremo. É foda, e ponto final. Não é legal você ver que tudo o que você conseguiu até hoje está desaparecendo por você ser fraco. E digo mais, não é ser fraco a questão. Ser fraco é uma coisa que não sou quando se trata disso, mas sim: os outros serem mais fortes. Nada sem estímulo é válido. Girar contra o mundo sozinho não é fácil. Ver até mesmo as pessoas que você gosta (ainda em tempo de falar: ama), ao invés de te apoiarem, brincam com a situação.

Saber disso não é legal. Assistir, de camarote, a ascensão e a queda de um princípio. E de uma pessoa que dá tanto valor aos seus princípios quanto dá à própria vida, até, é um belo filme. Belo aos olhos alheios. Aos olhos da mente em que tudo isso passa, é uma decepção sem tamanho. Pensar se deve fazer isso, mesmo achando errado, mas por um bem maior, ou se não deve entregar-se à oposição, correndo riscos até mesmo desnecessários.

És um perdedor, Vitor, de qualquer maneira. Começou perdendo há anos, e só não admite por um orgulho que não lhe cabe no peito, e por uma cabeça tão dura ao ponto de ser, as vezes, inconseqüente. Pare e pense. Perder a batalha, mas não perder a guerra no geral. Perder a guerra e o respeito próprio no interior de sua cabeça.

"Se não pode vencê-los, junte-se a eles". Quem disse isso foi um grande perdedor.

P.S.: É um texto assim: postarei esse, mas farei uma "versão 2" dele. Esse está muito "certinho", não falei nada claramente, e as vezes, por tentar pensar em palavras que encaixavam no significado, eu perdia algumas linhas de raciocínio. Quando a segunda versão for feita, falando mais espontâneamente, e xingando mais, talvez saia um texto muito maior.