Sunday, April 22, 2007

Amizades passadas

Horário de intervalo entre aulas chega a ser um momento sagrado. Aquele momento pra descansar, comer algo, falar merda dos professores... Enfim. Qualquer coisa. Sentar na mesa no meio do pátio é o mais comum, tomando aquele sol que aquece o frio de manhã, e falar de tudo, apenas com um alguém. Nada de conversas conjuntas, nada além de duas pessoas conversando sobre tudo. Nem precisa ser pra falar mal das pessoas, o que é raro. Mas é assim que se resuma alguns dos meus intervalos.

Nesses infinitos assuntos decorrentes, sempre muito interessantes, tenho que falar, um deles foi "quem que veremos, assim que o ano acabar?". Como já falado aqui, eu estou no terceiro colegial. Logo, ano que vem é: ou faculdade, ou cursinho. E nas duas hipóteses a probabilidade de encontrar alguém que você estuda junto hoje, é bem pequena, a não ser se o acaso foi combinado. Mas enfim.

E esse assunto me fez pensar muito. Porque chega a ser triste, e é a pura verdade. Pessoas que você fala todo dia hoje, só poderão puxar assunto com você depois de alguns outros anos. Alguns chegam a completar décadas sem se falar, e podem ser pessoas que tinham uma amizade muito forte na época de colégio.

Cheguei a uma conclusão depois de tanto pensar: de (um chute) cem pessoas, que no mínimo cumprimento, as pessoas que farei questão de ver, e sempre manter contato, são sete, ao todo! Isso já aconteceu comigo uma vez, em uma das mais típicas mudanças que tem (que seria mudar da oitava série para o primeiro colegial, maioria das pessoas muda de colégio). E, voltando aos chutes, entre cinqüenta pessoas, só vi DUAS delas em três anos, e dessas duas, só falo com uma, diariamente.

Não vai ser diferente. A única coisa que me fará sentir um pouco mais triste que da vez anterior vai ser o fato de que nesse colégio atual eu, com certeza, me familiarizei muito mais, me achei como pessoa entre as que presenciam todos os meus dias, e que aprendi e ensinei muito mais do que no outro. Só os mais verdadeiros amigos permanecerão em minha vida. E é claro, aqueles outros amigos que não convivemos junto, mas a amizade é igual.

Não só teoricamente: encarar a verdade é sempre difícil...